Lisbon, 11 Mar 2023 (Lusa) – The Fado Museum, in Lisbon, inaugurates next Tuesday the exhibition “Celeste”, a tribute to the fado singer Celesta Rodrigues (1923-2018), who would turn 100 years old on this date.
Speaking to Lusa news agency, the exhibition curator, filmmaker Diogo Varela Silva, her grandson, said that this was a date that Celeste Rodrigues “would so much like to commemorate.”
The exhibition, which will be open until September, aims to “show her path, and what she did during more than 70 years of career – which was one of the longest in fado – and, to pass this testimony, of these more than seven decades dedicated to the national song”, said Diogo Varela Silva.
Celeste Rodrigues, in an interview with Lusa in May 2018, recalled that she started singing “for fun”, in a “circle of friends” where the show manager José Miguel (1908-1972), invited her to be part of the cast of one of his fado houses, the Café Casablanca, in Lisbon, where she made her debut in 1945.
“My dream wasn’t to be an artist, I really liked singing among fado singers, not in public, but it happened,” she said at the time when she was preparing to celebrate 73 years of career, on the stage of the Tivoli Theater in Lisbon, in May 2018, her last concert.
Almost five years later, Varela Silva highlights “the intelligence” with which the fado singer has always guided her career.
Fado scholar Luís de Castro, former president of the Portuguese Association of Fado Friends (APAF), for his part, told Lusa: “Celeste Rodrigues is an insurmountable name and a woman who knew a lot about fado.”
Luís de Castro pointed out the “regular way” she always “knew how to manage her career, and the poets she sang from Júlio de Sousa to David Mourão-Ferreira.
“Fado is felt. Nobody knows about fado. Fado is for people to feel. A lot of people show themselves to be very knowledgeable about fado, but what they say they understand is not fado”, said Celeste Rodrigues to Lusa, in one of her last interviews, an idea that she always reinforced in her speech.
About the exhibition, Diogo Varela Silva said that there will be displayed “the several decorations that she received, films, photographs, and some texts”.
Varela Silva also highlighted Celeste Rodrigues’ photobiography, which he organized and wrote, also to be presented on Tuesday.
This photobiography is “her story, a historical overview that she was telling and that I wrote, from Fundão [where she was born] to the last concert at Tivoli,” in Lisbon, a few months before she died on August 1, 2018.
At the inauguration of the exhibition, two unpublished themes that Celeste Rodrigues recorded, at the age of 95, will be presented. They are “Se Alguém me Procurar Pergunta ao Vento” by Ricardo Maria Louro, with music by Pedro de Castro, and a version by Celeste Rodrigues of “A Noite do Meu Bem”, a song by Dolores Duran initially recorded in 1959.
For Diogo Varela Silva preparing this project, composed of an exhibition and a photobiography, was good because it allowed him to revisit the good memories he has.
“I am constantly remembering her, there isn’t a day that goes by that I don’t remember her or a detail of her – that she would like this or that, or how she would react. She’s still very present. It’s a present longing.”
“I keep her very close to me. People die when you forget them,” stressed Varela Silva adding, “she will be eternal in me.”
The photobiography includes a ‘QR Code’ for the two unpublished themes.
At the opening of the exhibition, the musicians that usually accompanied Celeste Rodrigues will perform: her great-grandson, Gaspar Varela, and Pedro de Castro, on the Portuguese guitar, André Ramos, on the viola, and Francisco Gaspar, on the bass guitar.
This is not the first time that Celeste Rodrigues, creator of hits such as “Olha a Mala”, “Saudade Vai-te embora”, “Mulher da Beira” or “A Lenda das Algas”, is honored at the Fado Museum.
On October 25, 2007, the fado singer was honored by APAF, on the occasion of the association’s 13th anniversary.
Celeste had previously collaborated with APAF in the Fado Days, at the Fonoteca Municipal de Lisboa, evoking the poet and composer Frederico de Brito (1894-1977).
On the occasion, he said to Lusa: “I started with Britinho’s [Frederico de Brito] repertoire and I always sang lyrics that I liked and that I understood. Lyrics that were offered to me. And that’s still the case today.
In 2013, Celeste Rodrigues was also honored at the Museu do Fado, with the presentation of a video by Bruno Almeida and a CD/DVD, commemorating her 90th birthday.
The video had the participation of Camané, Carminho, Ricardo Ribeiro, Aldina Duarte, Hélder Moutinho, Fábia Rebordão, Jorge Fernando, Pedro Moutinho, Ana Sofia Varela, and Gisela João, among others.
Celeste Rodrigues was a “living legend” for Madonna, but it was Argentina Santos who recognized her secret, “a little music box in her throat”.
“Celeste has a little box of music in her throat, to which she allies a heartfelt interpretation”, said Argentina Santos in an interview with Lusa.
Artigo em Português
Museu do Fado, em Lisboa, inaugura na próxima terça-feira a exposição “Celeste”, uma homenagem à fadista Celesta Rodrigues (1923-2018), que completaria 100 anos nesta data.
Lisboa, 11 mar 2023 (Lusa) – O Museu do Fado, em Lisboa, inaugura na próxima terça-feira a exposição “Celeste”, uma homenagem à fadista Celesta Rodrigues (1923-2018), que completaria 100 anos nesta data.
Em declarações à agência Lusa, o curador da exposição, o cineasta Diogo Varela Silva, seu neto, disse que esta era uma data que Celeste Rodrigues “tanto gostaria de comemorar”.
A exposição, que vai estar patente até setembro, visa “mostrar o seu percurso, e o que fez ao longo de mais de 70 anos de carreira – que foi uma das mais longas no fado – e, passar este testemunho, destas mais de sete décadas dedicadas à canção nacional”, disse Diogo Varela Silva.
Celeste Rodrigues, numa entrevista à Lusa em maio de 2018, recordou que começou a cantar “por brincadeira”, numa “roda de amigos” em que estava o empresário de espetáculos José Miguel (1908-1972), que a convidou para fazer parte do elenco de uma das suas casas de fado, o Café Casablanca, em Lisboa, onde se estreou em 1945.
“O meu sonho não era ser artista, gostava imenso de cantar no meio dos fadistas, não em público, mas aconteceu”, afirmou na altura, quando se preparava para celebrar 73 anos de carreira, no palco do Teatro Tivoli, em Lisboa, em maio de 2018, o seu último concerto.
Quase cinco anos depois, Varela Silva realça “a inteligência” com que a fadista sempre pautou o seu percurso.
O estudioso de fado Luís de Castro, ex-presidente da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF), por seu lado, disse à Lusa: “Celeste Rodrigues é um nome intransponível e uma mulher que muito sabia de fado”.
Luís de Castro salientou a “forma regular” como sempre “soube gerir a sua carreira, e os poetas que cantou desde Júlio de Sousa a David Mourão-Ferreira”.
“O fado sente-se. Ninguém conhece de fado. O fado é para a gente sentir. Muita gente mostra-se muito entendida sobre o fado, mas aquilo de que dizem que entendem não é fado”, afirmou Celeste Rodrigues à Lusa, numa das suas derradeiras entrevistas, ideia que reforçou sempre no seu discurso.
Sobre a exposição, Diogo Varela Silva disse que estarão patentes “as várias condecorações que recebeu, filmes, fotografias e alguns textos”.
Varela Silva destacou ainda a fotobiografia de Celeste Rodrigues, que organizou e escreveu, a apresentar também na terça-feira.
Nesta fotobiografia está “a história dela, um apanhado histórico que ela foi contando e que eu escrevi, desde o Fundão [onde nasceu] até ao último concerto no Tivoli”, em Lisboa, poucos meses antes de morrer, a 01 de agosto de 2018.
Na inauguração da exposição vão ser apresentados dois temas inéditos que Celeste Rodrigues gravou, aos 95 anos. São eles “Se Alguém me Procurar Pergunta ao Vento”, de Ricardo Maria Louro, com música de Pedro de Castro, e uma versão de Celeste Rodrigues de “A Noite do Meu Bem”, canção de Dolores Duran originalmente gravada em 1959.
Para Diogo Varela Silva preparar este projeto, composto por exposição e fotobiografia, foi bom pois permitiu-lhe rever as memórias boas que tem.
“Eu estou constantemente a lembrá-la, não há dia nenhum que passe que não me lembre dela ou de um pormenor dela – que ela iria gostar disto ou daquilo, ou como ela iria reagir. Ela continua muito presente. É uma saudade presente”.
“Eu mantenho-a muito perto de mim. As pessoas morrem quando as esquecemos”, sublinhou Varela Silva acrescentando: “ela será eterna em mim”.
A fotobiografia inclui um ‘QR Code’ para os dois temas inéditos.
Na inauguração da exposição atuam os músicos que acompanhavam habitualmente Celeste Rodrigues: o seu bisneto, Gaspar Varela, e Pedro de Castro, na guitarra portuguesa, André Ramos, na viola, e Francisco Gaspar, na viola baixo.
Esta não é a primeira vez que Celeste Rodrigues, criadora de êxitos como “Olha a Mala”, “Saudade Vai-te embora”, “Mulher da Beira” ou “A Lenda das Algas”, é homenageada no Museu do Fado.
A 25 de outubro de 2007, a fadista foi homenageada pela APAF, por ocasião do 13.º aniversário da associação.
Celeste tinha colaborado, anteriormente com a APAF, nas jornadas de fado, na Fonoteca Municipal de Lisboa, evocando o poeta e compositor Frederico de Brito (1894-1977).
Na ocasião afirmou à Lusa: “Comecei com reportório do Britinho [Frederico de Brito] e cantei sempre letras de que gostava e que percebia. Letras que me ofereciam. E ainda hoje assim é”.
Em 2013, Celeste Rodrigues foi também homenageada no Museu do Fado, com a apresentação de um vídeo de Bruno Almeida e de um CD/DVD, comemorativo do seu 90.º aniversário.
O vídeo contou com a participação de Camané, Carminho, Ricardo Ribeiro, Aldina Duarte, Hélder Moutinho, Fábia Rebordão, Jorge Fernando, Pedro Moutinho, Ana Sofia Varela e Gisela João, entre outros.
Celeste Rodrigues era uma “lenda viva”, para Madonna, mas foi Argentina Santos a reconhecer-lhe o segredo, “uma caixinha de música na garganta”.
“A Celeste tem uma caixinha de música na garganta, à qual alia uma interpretação sentida”, disse numa entrevista à Lusa Argentina Santos, que tra