Producer Bruno Caetano is looking for financing to publicize the film “Ice Merchants”, by João Gonzalez, in the United States, “in a fight against giants” in the weeks before the Oscar ceremony, he told Lusa news agency.
“We are trying to find support from Portuguese institutions, from the Portuguese State, and at the same time we are asking for regional support that will allow us to invest more in the promotion of the film during the next month and a half,” Bruno Caetano said.
Producer Bruno Caetano and director João Gonzalez will soon be leaving for Los Angeles, California, to do a lot of work to publicize “Ice Merchants”, which is nominated for the Annie animated film awards and for the Oscars.
In the case of the Oscars, the situation is unprecedented; for the first time a film produced in Portugal is nominated, in this case in the category of Best Animated Short Film.
“Ice Merchants”, which has been awarded prizes at festivals since May 2022, when it was included in the Cannes program, was produced by the Portuguese cooperative Cola Animation, in co-production with France and the United Kingdom.
The film had a budget of about 100,000 euros and was distributed internationally by the Short Film Agency, which placed it in festivals that the producers considered important for its journey abroad.
Bruno Caetano explained that the distribution of the film in North America was in charge of The New Yorker magazine and a campaign manager was also hired to, within the rules imposed by the Oscar academy, make “Ice Merchants” known.
“Now we’ve come to this final stage of the nomination and we’re in a bit of a screwed-up position. We are a non-profit cooperative, we are not a profit-making company, we are fighting against giants, David against Goliath, and we don’t have the cash flow to keep up with the situation we are in,” lamented Bruno Caetano.
According to the producer, about 11,000 euros have already been spent on publicizing the film and, “at an Olympic minimum,” about 30,000 euros are needed, “including airline tickets and stays” to be in Los Angeles to promote the film.
“Since this is such a historical thing, I thought we would have some support from some institutions, more immediate. It’s not that there isn’t interest, but the structure is set up in a way that you can’t expedite things. We are following a path that has never been followed before. If it had already happened in the past, everything would be faster,” said Bruno Caetano.
Knowing that the process is competitive and that there are candidates for the Oscars with “very deep pockets,” Bruno Caetano considers the nomination very positive because it motivates interest and allows the work of both the production company and João Gonzalez to be promoted.
“What return we will have in the long run, I really have no idea. The only thing that surprises me is how it is that Portuguese talent hasn’t gotten there [to win at the Oscars] yet. In animation we have incredibly talented people with extreme work and quality, we were the first now, but we could have been before. And it would have been well deserved,” he said.
This year also saw another unprecedented situation, in that, for the first time, three short films – all of which have won several awards – made it to the finalists for an Oscar nomination: “Ice Merchants”, “The Garbage Man”, by Laura Gonçalves, “The Lone Wolf”, by Filipe Melo.
Previously, Regina Pessoa had been among the finalists for an Oscar nomination with the short films “Tragic Story with Happy Ending” (2005) and “Uncle Tomás, The Accounting of Days” (2019), but never got nominated.
“Portuguese animation is on top of the world! There are few countries that have animated films with so many awards in so many first-class festivals. How is it that we, being the poorest relative, manage to do this? Sometimes with a lot of effort,” he acknowledged.
Currently, the production of animated films in Portugal relies mainly on financial support from the Cinema and Audiovisual Institute (ICA) and on funding through co-productions with other countries.
“If we can get better support from the ICA, we’ll be able to do more and better. And the people who work in animation will be able to make a better living and not survive on minimum wages and things like that. It would be very interesting if this visibility [of the Oscar nomination] would help in some way in that sense,” defended the producer.
The 95th Academy Awards ceremony is scheduled for March 12 in Los Angeles, California.
Besides “Ice Merchants”, in the Best Animated Short Film category also nominated were “The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse”, by Charlie Mackesy and Matthew Freud, “The Flying Sailor”, by Amanda Forbis and Wendy Tilby, “My Year of Dicks”, by Sara Gunnarsdóttir, and “An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It”, by Lachlan Pendragon.
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Lusa/end
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ENTREVISTA: Produtor de “Ice Merchants” precisa de financiamento para reta final rumo aos Óscares
Lisboa, 08 fev 2023 (Lusa) – O produtor Bruno Caetano está à procura de financiamento para divulgar o filme “Ice Merchants”, de João Gonzalez, nos Estados Unidos, “numa luta contra gigantes” nas semanas que faltam para a cerimónia dos Óscares, disse à agência Lusa.
“Estamos a tentar procurar apoio por parte de instituições portuguesas, do Estado português, ao mesmo tempo em que estamos a pedir apoios regionais que nos permitam investir mais na divulgação do filme durante o próximo mês e meio”, contou Bruno Caetano.
O produtor Bruno Caetano e o realizador João Gonzalez estarão, em breve, de partida para Los Angeles, Califórnia, para todo um trabalho de divulgação de “Ice Merchants”, que está nomeado para os prémios de cinema de animação Annie e para os Óscares.
No caso dos Óscares, a situação é inédita; pela primeira vez um filme de produção portuguesa está nomeado, neste caso na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
“Ice Merchants”, que tem feito um percurso premiado por festivais desde maio de 2022, quando esteve integrado na programação de Cannes, foi produzido pela cooperativa portuguesa Cola Animation, em coprodução com França e Reino Unido.
O filme teve um orçamento de cerca de 100.000 euros e contou com distribuição internacional pela Agência da Curta-Metragem, que o colocou em festivais que os produtores consideraram importantes para o percurso fora de portas.
Bruno Caetano explicou que a distribuição do filme na América do Norte ficou a cargo da revista The New Yorker e foi ainda contratado um gestor de campanha para, dentro das regras impostas pela academia dos Óscares, dar a conhecer “Ice Merchants”.
“Agora chegamos a esta fase final da nomeação e estamos numa posição um bocado tramada. Nós somos uma cooperativa sem fins lucrativos, não somos uma empresa com lucro, estamos a lutar contra gigantes, de David contra Golias, em que não temos tesouraria para acompanhar a situação em que estamos”, lamentou Bruno Caetano.
Segundo o produtor, já foram gastos cerca de 11.000 euros na divulgação e são precisos, “num mínimo olímpico”, cerca de 30.000 euros, “já contando com passagens aéreas e estadias” para estar em Los Angeles a promover o filme.
“Visto que isto é uma coisa tão histórica, eu pensava que teríamos algum apoio por parte de algumas instituições, mais imediato. Não é que não haja interesse, mas a estrutura está montada de uma forma que não dá para agilizar as coisas. Estamos a trilhar um caminho que nunca foi trilhado antes. Se já tivesse acontecido no passado, tudo seria mais célere”, afirmou Bruno Caetano.
Sabendo que o processo é competitivo, que há candidatos aos Óscares com “bolsos muito fundos”, Bruno Caetano considera a nomeação muito positiva, porque motiva interesse e permite divulgação do trabalho tanto da produtora como do cinema de João Gonzalez.
“Que retorno é que teremos a longo prazo, não faço mesmo a mínima ideia. A única coisa que me surpreende é como é que o talento português ainda não tenha chegado lá [à vitória nos Óscares]. A nível de animação temos pessoas com um talento incrível com um trabalho e qualidade extremos, fomos os primeiros agora, podíamos ter sido antes. E teria sido merecido”, opinou.
Este ano, também aconteceu outra situação inédita, em que, pela primeira vez, três curtas-metragens – todas elas com vários prémios – chegaram à fase dos finalistas a uma nomeação para os Óscares: “Ice Merchants”, “O homem do lixo”, de Laura Gonçalves, “O lobo solitário”, de Filipe Melo.
Anteriormente, Regina Pessoa já tinha estado entre os finalistas a uma nomeação para os Óscares com as curtas-metragens “História Trágica com Final Feliz” (2005) e “Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias” (2019), mas nunca chegou a ser nomeada.
“A animação portuguesa está no topo do mundo! São poucos os países que têm filmes de animação com tantos prémios em tantos festivais de primeira categoria. Como é que nós, sendo o parente mais pobre, conseguimos fazer isto? Às vezes com muito esforço”, reconheceu.
Atualmente, a produção de cinema de animação em Portugal conta, sobretudo, com apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e com financiamentos por via de coproduções com outros países.
“Se nós conseguirmos no ICA ter melhor apoio, vamos conseguir fazer mais e melhor. E as pessoas que trabalham na animação vão conseguir viver melhor e não sobreviver com ordenados mínimos e coisas assim. Seria muito interessante se esta visibilidade [da nomeação para os Óscares] ajudasse de alguma forma nesse sentido”, defendeu o produtor.
A cerimónia da 95.ª edição dos Óscares está marcada para 12 de março em Los Angeles, Califórnia.
Além de “Ice Merchants”, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação estão também nomeados “The Boy, the Mole, the Fox and the Horse”, de Charlie Mackesy e Matthew Freud, “The Flying Sailor”, de Amanda Forbis e Wendy Tilby, “My Year of Dicks”, de Sara Gunnarsdóttir, e “An Ostrich Told Me the World Is Fake and I Think I Believe It”, de Lachlan Pendragon.
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